O Ciclo Vicioso do açúcar e o índice glicêmico
- Matheus
- 21 de out. de 2016
- 3 min de leitura

Opa pessoal! Mais um post do Plano Paleo, e nesse vou falar sobre um assunto super importante, independente se você busca perder peso ou só melhorar sua saúde, que é o controle do Índice Glicêmico. Então vamos lá:
Índice Glicêmico
Todo carboidrato que consumimos se transforma em açúcar dentro de nosso organismo, porém, por sua composição, os alimentos podem demorar mais ou menos tempo para descarregarem suas doses de açúcar em nosso sangue, essa velocidade, é o índice glicêmico atribuído ao alimento.
A escala tem como referência o índice glicêmico da glicose (100) e do pão branco (100), então qualquer um dos dois é referência válida. Índice Glicêmico (IG) igual a 100 significa açúcar na veia, literalmente. Sorte a nossa que abandonamos o pão branco!!
A partir dessa referência foram realizadas diversas pesquisas e desenvolveram-se tabelas que descrevem o Índice Glicêmico dos carbs. A ABRAN (Associação Brasileira de Nutrologia) reconhece as tabelas publicadas pela Harvard Medical School e pelo The Journal of Clinic Nutrition, você pode consultar as duas aqui.
Esses estudos apontam que alimentos com IG menor que 55 são de baixo índice glicêmico, entre 56 e 69 são de médio índice e a partir de 70 são de alto IG. Basicamente, quanto maior o IG, mais rápido teremos açúcar circulando em nosso corpo, mas qual o problema disso?
Um looping sem fim
O problema é que alimentos com IG alto exigem resposta veloz do organismo, e essa resposta é a regulação dos níveis de açúcar através da produção de insulina. Basicamente, nosso corpo age assim:
1º: você come um alimento de IG alto;
2º: os níveis de açúcar no sangue disparam;
3º: o pâncreas começa a funcionar para liberar insulina;
4º: a insulina começa a trabalhar para regular os níveis de açúcar no sangue, esse trabalho ocorre na mesma velocidade do IG do que você acabou de comer, ou seja, super rápido;
5º: como resultado, nosso organismo "cansa" e pede mais energia e a sensação de fome volta;
6º: a possibilidade de você comer novamente é alta, e se o IG também for alto, você entrou num looping interminável.
Mas se a insulina regula, qual é o problema?
Digamos que a insulina é um hormônio extremamente competente, aí ele dá um jeito nesse açúcar todo. A primeira solução da insulina utilizar esse açúcar para nos dar energia, mas isso acontece só quando o corpo realmente precisa desse açúcar, aí ele vai para dentro de nossas células e nos dá energia, mas quando a gente não precisa, o açúcar vai ser armazenado, e são 2 destinos:
1º: o corpo vai armazenar esse açúcar na forma de glicogênio no fígado e nos músculos. Essa é uma energia de fácil acesso, que vai ser de onde o corpo vai buscar primeiro quando precisar. Mas nossa capacidade de armazenamento de glicogênio é extremamente limitada, aí vem o 2º destino;
2º: quando estamos com as reservas de glicogênio cheias, a sobra da glicose vai ser armazenada como GORDURA. E o pior, o corpo tem a tendência de armazenar como gordura o açúcar de rápida absorção, que vem justamente de carboidratos simples, doces, pães, bolos... e adivinha: essa gordura acumulada será o último lugar de onde o corpo vai buscar a energia que a gente precisa (lembra que temos o glicogênio??)! Ou seja, quando você come um bolo inteiro, não adianta correr uma maratona em seguida, esse açúcar vai virar gordura! Triste, mas é a realidade.
E como resultado... resistência a insulina
Manter os níveis de insulina altos o tempo todo faz com que o corpo desenvolva resistência a esse hormônio. E como a gente mantém os níveis altos? Iniciando o looping de consumo de alimentos com alto IG novamente, e infelizmente a base da alimentação moderna é repleta desses alimentos.
A dieta baseada em carboidratos acaba estimulando o corpo a produzir mais insulina. Com o tempo o corpo se acostuma a produzir mais insulina e ele passa a usar mais desse hormônio para transportar a mesma quantidade de açúcar. É mais ou menos o que acontece com o álcool, quando você é jovem e começa a beber, 1 cerveja já te deixa bêbado, 1 mês depois você já precisa de 3 para ficar do mesmo jeito, e quando vê está tomando uma caixa e não sente os efeitos da bebida. Aí com mais insulina circulando, e com os estoques de glicogênio cheios, só tem um lugar para onde esse açúcar vai: para as gordurinhas localizadas (em alguns casos, localizadas no corpo todo já, rs).
Nesse estágio já podemos estar próximos de desenvolver a diabetes do nível 2, problemas cardíacos e obesidade.
O ideal é mantermos os níveis de açúcar no sangue sempre baixos. Uma alimentação Paleo torna isso possível!
Espero que tenha dado para entender. Nos próximos posts vou falar um pouco sobre o consumo de carbs na Paleo e sobre a Paleo Low-Carb e Low-Carb High-Fat.
Abraço!
Matheus
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